quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Realiza!



Tomei coragem de expor mais um daqueles tantos textos guardados nas entocas, da época que eu sentia 'inspiração' em qualquer suspiro (não que inspiração seja o pacote completo!). Coisa de momento.

Lá vai:

E nesse anoitecer, aconteceu novamente: entrei em erupção. Minhas entranhas fervilhavam, me agitava no ar, me arremessava no chão. Sentia que aquela música, que talvez nem fosse a melhor do mundo, fazia parte de mim. Esqueci de tudo, agia como fogo. Tivera largado meu corpo ainda me pergunto onde, enquanto minh'alma energizava-se a esmo. E numa saleta que para mim parecia um oceano de vastidão, acompanhava a incomum música, esquecendo-me das pessoas que me rodeavam, e que talvez ainda não estivessem acostumadas a ver cenas semelhantes tão repentinas. Pouco importava a mim o que pensavam, o que achavam daquilo tudo, que limites punham sobre mim; e se um dia tivesse importado, já se tornara imperceptível: ali ninguém entenderia nunca minha mente tão vasta. Apenas pretendia realizar meu sonho híbrido de voar.

É, sou como uma erupção mesmo.


(2008)

2 comentários:

  1. momentos, momentos.
    são só um instante, mas se pensássemos da mesma forma q a gente pensa nessas horas de êxtase, sem medo de ser feliz.
    Ai como seria foda!

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  2. Esse é o segredo da verdadeira arte, ou arte de viver...

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