''O olho do cego brilhou ao enxergar o peito pulsante do ombro amigo''
sábado, 22 de agosto de 2009
Olhares?
Achei um tanto cômica a forma da interligação entre o texto acima e a respectiva foto. A composição desse fragmento foi feita há certo tempo atrás, quando indagava como seria ser um oftalmologista: examinar olhos, e não vê-los; partir de toda uma anatomia ocular, síndromes, vasos, profundidades, partículas. Como nunca tive a audácia de perguntar como é trabalhar nesse ramo a ninguém, tive a audácia de expor a questão ao relento. Pra mim, mais um paradoxo da vida.
Quando dois pares de olhos se entrelaçam, informações inconscientes são partilhadas, desde a expressão externa ao sentimento mais bruto e interior. Profundidades. 'Olhar fundo nos olhos, já que o olho é o espelho da alma'.
E o oftalmoscópio?
Fragmento pronto, blog pronto, faltava a imagem. Fui ao meu caro Google, mais uma vez (ô fontezinha 'sagrada') à procura de alguma imagem que se adequasse ao trecho. Procuras um pouco intensas sem sucesso algum, ou pelo menos não com o objetivo inicial, que era o de encontrar algum portador de deficiência visual sorrindo, alguma foto que tivesse um ângulo bacana, como num filme. Encontrei, porém, essa foto. Depois de contemplá-la, retornei ao trecho e vi que dizia 'ao enxergar o peito pulsante do ombro amigo'.
Violino, meu, teu, vosso ombro amigo. Tenha olhado ou não, enxergue-o.
(agora, à Santiago, cheio de invenções)