Hoje sentei no banco da praça
esperando a hora do meu sustento
Levantei, empalideci e parei
e o chapelão de palha no chão deixei.
Minha monotonia é inconstante
o sol queima como caju
A chuva encharca meu peito nu
e o pagamento no meu chapéu
é poeira lançada ao léu.
Volto à noite soturna e rígida
Seu Genário, ó Sexagenário
velho de olhos adocicados
morreu de tiro farpado
daquela carreira que deu
como inhá Judia morreu.
O banco da praça rachado
rasgou por fim meus farrapos
É inferno pegando fogo
é sede desesperando
Governo de orelha e rabo.
Amanhã já vi de longe
que a porta do circo fechou
Meu chapéu não é de mago
não tem disco voador
A moeda de um centavo
vendo ao nosso Sinhô.
Ana, sinceramente não sei de onde saem tantas idéias surpreendentes e como vc pode ter tanta afinidade com esse jogo de palavras tão eloquentes aos olhos de quem lê! Parabéns mais uma vez! Merece ;D
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